Avós

Um ano e meio. Foi o tempo necessário para que eu perdesse três avós. À um ano e meio perdi o meu avô materno (se me acompanham neste período de tempo sabem), meio ano depois faleceu a minha avó materna e agora, o meu avô paterno foi para um lugar melhor. Não sei explicar se é mais fácil ou mais difícil perdê-los assim de uma vez, porque a dor acaba por não cessar e acontecer tudo de uma vez, mas sei que, uma vez que eu sou o "contratempo" acabei por não criar aquela ligação que vejo que os meus primos tinham com eles, e a minha dor e choro depende maioritariamente da emoção que vejo entre os familiares e das recordações, vagas, de que ainda me lembro.
Lembro-me de comentar com os meus colegas sobre os meus avós aqui à alguns anos atrás, muitos deles já tinham perdido alguns mas ainda tinham bisavós, e de ter orgulho em dizer que ainda tinha os quatro, e todos de boa saúde. Agora, sei que só posso dizer que tenho uma avó, e que os outros os perdi a todos no espaço de um ano e meio.
Arrependo-me de nunca ter passado o Natal em família com nenhum deles, mas essa decisão também não me cabia a mim, mas aos meus pais. Esses que eu espero que se apoiem um ao outro e que consigam superar esta dor de cabeça erguida, porque eu sei que se aproximam tempos de tristeza.
Assim, espero que todos eles estejam no Céu, na boa companhia de Deus.

Um beijinho